in

Entrevista: Lukinhas comenta novo single e ano de conquistas

Cantor adiantou que fãs podem esperar uma versão mais madura para 2025

Foto: Divulgação

Em um ano repleto de realizações, Lukinhas se consolida como uma das grandes promessas do cenário musical brasileiro. Com uma carreira que acumula mais de 205 milhões de streams no Spotify e Deezer, o artista, que começou sua jornada com a música em 2019, se prepara para dar novos passos em 2025. Em uma entrevista exclusiva, o cantor falou sobre seu mais recente lançamento, “Menor Sonhador“, e compartilhou momentos emocionantes que marcaram sua trajetória.

Em entrevista, Lukinhas refletiu sobre “Menor Sonhador” e as conquistas em 2024

Você se descreve como o “menor sonhador” da música. Quais memórias da infância ou momentos específicos mais influenciaram a composição dessa faixa?

Então, os momentos que inspiraram a composição dessa faixa com o Rafa, eu pensei muito nos momentos com o meu avô. Todas as vezes que eu chegava, assim, de barzinho, eu chegava de manhã em casa e, às vezes, ele já estava passeando com o cachorro. Ele sempre trocava ideia comigo, sempre dava conselho. Tipo: ‘Terminou? Volta pra casa. Eu sei que você não fez show até de manhã’. Ele sempre falava. ‘Eu sei que você não fez show até de manhã. Você faz até umas duas horas da manhã, até a meia-noite. Mas até às 9h, eu sei que não foi’. Então, ele sempre falava, ‘Pô, termina, vai para casa. Guarda dinheiro’. Igual o Zeca Pagodinho fala também, que o artista é em cima do palco, desceu do palco, esquece. Você já virou o seu CPF de novo, deixou de ser CNPJ [risos] Ele sempre falava essas coisa, sempre me dava muitos conselhos e me influenciava bastante, porque às vezes eu chegava da escola e ele estava lá tocando. Quando eu falava que queria ser cantor, que queria ser músico, ele sempre estava me influenciando, sempre estava falando, ‘vai, você vai conseguir’. Quase que ele não deixava eu ajudar nas obras em casa por conta disso. Ele sempre falava, ‘não, você não pode ficar pegando peso, você é músico, não sei o quê’.

A gratidão é um tema central em “Menor Sonhador”, com trechos emocionantes que remetem a momentos difíceis e ao apoio de figuras importantes, como o avô que incentivava a persistir e a mãe que ensinava o valor da gratidão. Dentro dessa narrativa tão pessoal, quem são as pessoas que mais te ajudaram a chegar até aqui e que você sempre carrega consigo na memória?

Teve muita gente. Se eu focar só na família, aí diminui um pouco [risos]. Não, mas de me ajudar, todos eles me ajudaram. Quem apoiou, quem não apoiou, me ajudou. Porque quem me apoiava, que era o meu avô, ele me dava o gás, né? Me dava o gás, me dava a esperança de conseguir. Ele me dizia que era possível e eu confiava na palavra dele que seria possível também. Mas quem também duvidava, não duvidava, porque minha família nunca duvidou de mim. Mas devido a toda a circunstância… de ser morador de comunidade, eles acabaram virando muito pé no chão, né? Das coisas boas não serem oferecidas para as pessoas que moram em comunidade. Então, por ter esse pé no chão, eles preferiam que eu tivesse alguma coisa mais garantida. Que eu tivesse um CLT, ou que, sei lá, trabalhasse para o governo — meu pai queria que eu fosse militar.

Então, eles queriam segurança financeira, estabilidade financeira para mim. Então, por me amar bastante, eles não queriam que eu arriscasse tanto sendo cantor, porque a vida de cantor também é muito incerta. Mas, enfim, até essas coisas me fizeram ficar motivado assim, de certa forma, porque eu queria provar que era, sim, possível. E isso é muito forte para mim, assim, provar que tô certo é uma coisa que eu não sei se tem a ver com o meu TDAH também. TDAH não é só falta de atenção, né? Tu tem o hiperfoco, tem essas coisas também, teimosia. Não sei se era a minha teimosia também querendo provar que eu tava certo, mas enfim, todas as coisas, todo esse contexto assim me influenciou e me motivou bastante a fazer e fazer acontecer, tá ligado? E hoje em dia provei para eles que isso é possível. Então, tá sendo esse bom exemplo na família para mim, tá sendo surreal. Até porque já teve pessoas da minha família que escolheram outros caminhos. Então, mostrar para minha avó, para o meu avô, para os meus pais que tem gente da família correndo certo e fazendo acontecer é extremamente gratificante para mim.

Xande mencionou ter se emocionado ao ouvir a letra. Como você se sentiu ao saber que sua história tocou alguém com uma trajetória tão importante no samba e no pagode?

Falei, depois dessa entrevista, desse bate-papo que a gente teve, que para mim não fazia a menor diferença quantos plays essa música ia ter. Se essa música ia ter um milhão, se ia ter um bilhão, se ia ter dez mil. Porque uma pessoa extremamente importante na minha carreira, uma pessoa extremamente importante na minha vida mesmo, é um espelho para mim também. É uma pessoa preta de sucesso que alcançou e conquistou seus objetivos. Então, essa pessoa que é tão importante para mim, se emocionando e se identificando com a música que escrevi, para mim, eu já ganhei. Esse foi meu Grammy [risos]. Mas para mim, eu já ganhei quando ele se emocionou com a música e se identificou. Para mim, já foi um hit. Essa música tocou alguém. E não foi qualquer alguém, né? Não foi o Xande de Pilares que se emocionou com a minha música. Então, esquece. Tô ficando até metido [risos].

Além do Xande de Pilares, quem são suas maiores referências na música e que ajudaram a moldar sua identidade artística?

As minhas referências são muito diversas, assim. Tenho as que vieram através do meu pai: Stevie Wonder, Seu Jorge, Ray Charles, Lionel Richie. Ah, tem muito, não sei se eu já falei Luther Vandross, mas tem várias, tem várias. Tem as que descobri sozinho, o Rodriguinho, Thiaguinho, Usher, que foi a primeira de todas assim, que eu ouvi, fiquei maravilhado e falei: “Eu quero fazer isso aí”. São várias, as minhas referências são muito, muito, muito diversas, de verdade mesmo. E também não posso esquecer, do Mumuzinho e o Péricles.

E esse ano foi de grandes realizações, né. Além de você ter alcançado a marca de 205 milhões de streams no Spotify e Deezer e se consolidado como uma das promessas do cenário musical brasileiro, você recebeu o convite de se apresentar no Palco Favela do Rock in Rio 2024. Como esse convite chegou para você e qual foi a sensação de se apresentar em um dos maiores eventos de música do mundo?

Realmente, esse ano tá sendo surreal, assim, para mim. E tá meio que fechando um ciclo para se iniciar um novo, assim, musicalmente falando. Tipo, de 2019 para cá, foram cinco anos de descoberta e eu sinto que agora eu me descobri musicalmente, realmente, e a partir de agora é uma nova era. E eu fiquei até surpreso também quando juntei todos os streams que tenho, tanto como cantor quanto como compositor. Já passei de um bilhão, assim. E, pô, não querendo comparar, mas tipo, eu conheço pessoas que sou fã e não têm esse feito na carreira. E eu, em pouco tempo, consegui chegar. Então, eu tô muito feliz mesmo, assim, de verdade. Sou muito grato, assim, ao universo. Muito grato a todo mundo que me ajuda, todo mundo que me ensinou, a minha equipe, a Liga Entretenimento. Sou muito, muito feliz mesmo e muito grato a eles por esse feito assim em tão pouco tempo, de verdade.

Mas esse convite para o Rock in Rio chegou para mim de uma forma que fiquei com um misto de feliz e triste, não pela notícia, mas pelo complemento da notícia. Porque eu estava indo lá ensaiar com o Tiago Pantaleão, porque eu ia fazer uma participação com ele. E, chegando lá para fazer essa passagem de som, eu ia fazer uma música só, estava tudo super tranquilo. O meu empresário chegou e falou: “Pô, tem uma notícia muito triste e tal. Pô, Lourena tá com problema no pulmão, não vai conseguir se apresentar. Então, Lucas, eu queria que fosse você então para fazer no lugar dela. Aí foi um misto, não sei, eu não sabia se eu pulava de alegria, não sabia se eu ficava muito triste pela Lourena. Foi um misto de sentimentos. Mas depois de eu realmente ficar triste, após eu comemorar muito, chorar bastante, eu já entrei no modo do trabalho. Sei que deu tão certo o show, recebi elogios do Zé Ricardo. Da Fabi também, a responsável pelo Palco Favela. Todo mundo elogiou bastante o show. E no final, eu só conseguia chorar. Só chorei de felicidade por dar certo. Foi o dia mais feliz da minha vida. De verdade mesmo.

O que os fãs podem esperar para 2025? Você pode nos dar algum spoiler do que vem por aí?

Então, o que pode esperar para 2025 é um novo Lukinhas do que foi apresentado agora na “Menor Sonhador”, porque sei que o fã que me ouvia em 2019, não vai ter a mesma cabeça em 2025. As pessoas amadurecem, eu amadureci. Então, eu acho que minhas composições precisam amadurecer junto comigo, entendeu? Para acompanhar. Então, tipo, vocês podem esperar umas músicas um pouco mais maduras agora, que posso dizer assim nessa nova era do Lukinhas.

Leia também: Marina Sena traz detalhes inéditos de seu novo single, “Numa Ilha”