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Entrevista: Lvcas, do ‘Inutilismo’, fala sobre álbum autoral e mais

Artista apresentará primeiro show do projeto em janeiro de 2025

Foto: Reprodução/Instagram

O artista e criador de conteúdo Lvcas, famoso por seu canal de humor “Inutilismo“, mergulha agora no mundo da música com o lançamento de seu primeiro álbum autoral, “Humanamente“. Conhecido por suas sátiras e conteúdos de entretenimento, o artista decidiu explorar seu lado musical com 16 faixas intensas, que abordam os dilemas humanos sob o ritmo pesado do rock e metal.

Em entrevista ao Tracklist, Lvcas revelou que o novo álbum é uma verdadeira fusão de suas influências musicais, que vão de bandas como Metallica, Queen e Led Zeppelin a elementos da música brasileira, como maracatu e samba. “Humanamente” também reflete as complexidades emocionais da vida humana, com canções que variam entre momentos de pura energia e instantes mais melancólicos, capturando a essência de suas próprias vivências e sentimentos. Para o artista, cada composição nasce primeiro no instrumental, uma parte crucial do processo criativo que, segundo ele, guia os temas das letras e define o tom de cada faixa. Confira!

Em entrevista, Lvcas, do ‘Inutilismo’ fala sobre álbum autoral e projetos futuros

Você menciona que tinha insegurança em relação à produção das suas próprias músicas. O que foi decisivo para você superar isso e embarcar na criação de Humanamente?”

Acho que tem alguns fatores que são decisivos nesse processo de rompimento dessa barreira da insegurança, para eu lançar as minhas paradas finalmente. Uma delas é o Marcelinho (Marcelo Braga – produtor), que foi um cara que literalmente pegou na minha mão e falou, mano, isso aqui é possível de ser feito. É um cara que me mostrou que era possível, que trouxe essa ideia de música própria do mundo dos sonhos e trouxe ela para um lugar tangível, onde eu conseguia ver aquilo acontecendo.

Acho que foi isso, somado ao meu amadurecimento natural por conta das coisas que eu vinha fazendo na internet. Os vídeos de retrospectivas que eu fazia e a minha playlist de funk, são o ponto exato da transformação do Lucas, que só tocava cover quando era adolescente, para o Lucas que mescla seus próprios arranjos em músicas que já existem. Isso também foi um passo fundamental para me dar um empurrão de coragem.

Você mencionou que é bem eclético e que seu álbum é uma mistura de todas as suas referências musicais. Quais são os artistas que te inspiram e por quê?

Sempre fui fã de Queen, Black Sabbath, Led Zeppelin e Metallica (banda com a qual mais me identifico), mas sempre gostei muito de ouvir todo tipo de música. Apesar de ter minha base roqueira, eu sempre fui um admirador da música brasileira, com isso eu trago vários elementos de várias coisas que eu gosto, como por exemplo, maracatu, samba e sertanejo antigo.

Você disse que o álbum aborda os dilemas da vida humana. Pode nos contar mais sobre como o tema da intensidade da vida humana se traduz nas faixas?

O título “Humanamente” é porque todas as músicas estão debaixo do guarda-chuva que fala sobre dilemas humanos, sobre a experiência do ser humano. O disco aborda tanto temas mais mundanos e superficiais, como também algumas reflexões um pouco mais profundas, e tudo que gira em torno disso. Ele é um álbum que tem muita energia porque eu quis romper barreiras. Quis fazer um álbum de música pesada, música densa mesmo, enfim, é um retrato muito fiel de como eu me identifico como músico, uma mistura ali de todas as minhas referências, de todas as minhas inspirações.

Com 16 faixas no álbum, como você escolheu os temas das músicas? Há alguma faixa que se destaca para você, tanto pela composição quanto pela história que ela conta?

Os temas das músicas foram escolhidos de acordo com o momento das coisas em que eu estava vivendo, quando a música foi escrita, mas também tem muito a ver com o que o instrumental pede. Eu falo que o instrumental pede, porque eu sou uma pessoa que 90% das minhas composições começam no instrumental. Então, não tem como escrever uma música triste ou romântica, num instrumental absolutamente frenético e avassalador. Eu sempre vejo o que o instrumental está falando, porque, para mim, instrumentos musicais também são uma forma de comunicação.

Eles falam através de notas, ora mais melancólicas, ora mais alegres, ou BPM mais acelerado e BPM mais lento. O álbum “Humanamente” me retrata muito como ser humano. Eu sou uma pessoa que na maior parte das vezes está querendo fazer as coisas, e está com muita vontade de muita coisa dentro de si, prestes a explodir, e tem seus momentos de calmaria também, então acho que essa escolha de temas ela passa meio que pelo que sou eu no momento, e pelo que sou eu nesse um ano e meio aí de composição do álbum.

Considerando seu sucesso nas redes sociais, como o Inutilismo ajudou a construir sua base de fãs para sua carreira musical? De que forma a internet ainda influencia seu trabalho e suas escolhas artísticas?

Eu tenho uma base de fãs que me assiste e que me acompanha. Claro que construir algo do zero é difícil, contudo, este trabalho é bem diferente de tudo que eu já fiz, então é desafiador. Muita gente vai estranhar, muitos não vão entender, e muitos nem sabem que eu faço isso.

Existe um processo de conversão dessas pessoas, até entenderem essa movimentação, mas, com certeza, é uma parada que faz total diferença. Quando eu era adolescente, eu falava que mesmo que eu conseguisse fazer as músicas mais legais do mundo, não sabia como que eu iria fazer para que as pessoas ouvissem. Ainda mais no Brasil, neste gênero de rock pesado, que é uma coisa que você tem que gostar mesmo, porque não é algo que costuma dar certo.

Enfim, eu estou nessa pelo desafio, por ser realmente o tipo de coisa que eu mais gosto de fazer, e, certamente, foi uma ferramenta que eu usei a meu favor, logo, influencia totalmente, tanto nas minhas escolhas, quanto em tudo.

Agora com Humanamente lançado, quais são seus próximos passos? Já está pensando em novas músicas ou novos projetos que devam sair em breve?

Estou muito focado agora na montagem da nova banda para tocar esse projeto, inclusive o primeiro show será no dia 23 de janeiro. Mas também pretendo continuar, no ano que vem, lançando singles novos de tempos em tempos, quem sabe até um EP.

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