Cerca de um mês após encantar os fãs com o single “Pase Lo que Pase” — que marcou seu retorno após um hiato de três anos — Christopher Uckermann se despe dos tabus e dá início a um projeto musical profundamente pessoal. A canção “Los Hombres Lloran” é a segunda amostra desse novo capítulo da carreira, que, de acordo com o próprio artista, reflete sua jornada de autoconhecimento e aceitação.
Com uma sinfonia suave e envolvente, Uckermann transmite uma poderosa mensagem sobre a vulnerabilidade masculina e a importância de se expressar. Usando a numerologia como guia, ele construiu seu novo projeto, ainda sem título revelado, que representa sua trajetória de vida e aprendizados ao longo dos anos.
Em entrevista ao Tracklist, Christopher falou sobre o significado de sua nova fase musical, sua conexão com o Brasil e o carinho pelos fãs, além de revelar planos.
Mas o RBD não podia ficar de fora do papo com Christopher Uckermann. O cantor também mencionou uma possível volta da “Soy Rebelde Tour“ — que ainda enfrenta desafios legais mesmo após a vitória na batalha judicial contra o ex-empresário Guillermo Rosas. Confira!
Em entrevista, Christopher Uckermann comenta RBD, novo single, futuro como solista e mais
A música “Los Hombres Lloran” traz uma mensagem profunda sobre vulnerabilidade e a percepção da masculinidade. Sabemos que cada faixa do seu novo álbum representa um número e seu significado dentro da numerologia. O que te motivou a explorar esse tema e como você acha que ele ressoa com o momento atual da sociedade?
Para mim, é um processo de me mostrar como realmente sou, me revelar com esse álbum. Com “Los Hombres Lloran”, eu quis expressar um processo pessoal de como nós, homens, carregamos muitas coisas e também precisamos falar sobre elas, liberar essas cargas e não levá-las pela vida, sabe? Falo sobre “os homens choram” porque, como homem, é aceitar esse lado feminino e masculino também.
Neste lançamento, você se mostra mais maduro e conectado com sua arte. Como acha que o conceito de cura e a ideia de transformação, representados pela numerologia, se refletem na sua jornada pessoal e artística?
Sim, os números refletem isso. No álbum, represento números de 1 a 11, que simbolizam um processo de vida, um processo pessoal através dos números, que eu gosto muito. Para mim, é como registrar tudo o que aprendi na minha carreira, em toda a minha vida. É uma maneira de dizer: “Isso é o que eu vivi” e “Este sou eu no momento”. Para mim, é importante expressar isso.
Você pode nos dar algum spoiler sobre o novo álbum? “Pase lo Que Pase” foi o single que deu início a essa fase, mas o que os fãs podem esperar como um todo? Tem previsão de lançamento?
Sim, agora estou promovendo “Los Hombres Lloran” e quero fazer algumas versões acústicas. Estou pensando em lançamentos para o próximo ano e em fazer shows ao vivo. Estou ensaiando para poder realizar concertos, especialmente aí com vocês, porque faço música para tocar ao vivo, e isso é o que mais gosto.
Em uma entrevista recente, você mencionou o desejo de colaborar com cantores brasileiros. Sei que você é fã de Chiclete com Banana, não conhece muitos artistas brasileiros e sempre pede recomendações aos seguidores. Há alguém que você escutou e com quem gostaria de colaborar?
Sim, gosto muito de Chiclete com Banana, como você mencionou, mas sempre peço recomendações aos meus seguidores. Gostaria de explorar algo de bossa nova. Quando estou preocupado, estressado ou chateado, às vezes ouço bossa nova, porque me traz muita tranquilidade.
Em outras ocasiões, você mencionou que ama o Brasil e pretende voltar ao país com a turnê do novo projeto. Quando percebeu essa conexão com o Brasil?
Minha conexão com o Brasil é muito forte, não só pelo grupo, que foi o que me tornou conhecido no Brasil, mas, após o grupo, nesse processo solo, conheci seguidores maravilhosos, que considero amigos. Eu não uso a palavra “fãs” porque não gosto de chamar assim; são pessoas próximas. Há um aplicativo chamado ‘Sesh‘, onde falo com eles, envio vídeos do que estou fazendo em casa, mando presentes quando faço dinâmicas nas redes. Existe uma conexão especial com o Brasil. Gostaria de passar um tempo no país, talvez para compor, colaborar com artistas ou só me inspirar.
É impossível falar com você sem mencionar a fase RBD. A banda teve uma grande influência na sua carreira e na vida de muitas pessoas. A banda teve uma enorme influência na sua carreira e na vida de muitas pessoas. Como você sente que a experiência no grupo moldou a sua visão artística atual?
O grupo me ensinou muitas coisas. Viver a experiência de estar em grandes palcos, turnês enormes que nos levaram a várias partes do mundo. E tudo isso me mostrou uma coisa: a fama é efêmera, ela vai embora. E o mais importante é curtir sua gente, o palco. O que importa são os bons momentos e os aprendizados. E o maior aprendizado desse último tour foi escolher bem com quem você se associa, porque nem todos têm os mesmos interesses. É uma indústria dura e difícil, mas o que vale a pena é fazer música e ver as pessoas dançarem com você. Isso é o mais bonito.
Você é um artista que sempre buscou refletir sobre a condição humana e o autoconhecimento em suas obras. Como você enxerga o papel da música nesse processo de descoberta e conexão com os outros?
Para mim, a música é catarse, cura. Eu escuto música para me alegrar, mas também para sentir dor, com canções tristes. A música é curativa, conecta você a algo superior, algo que não é deste plano. Ela conecta muito rápido, pode mudar o humor em segundos.
O que os fãs podem esperar de Christopher Uckermann em 2025, tanto em sua carreira solo quanto ao lado do RBD? Existe alguma chance de a Soy Rebelde Tour continuar em algum momento?
No meu caminho pessoal, continuarei com meus projetos solo e com o grupo… no momento não há novidades. Ainda estou lidando com algumas questões legais com outros integrantes; alguns já seguiram em frente, mas alguém precisa ser responsável. O mais importante para mim é a justiça, e ela ainda não foi totalmente alcançada. Então, estamos em um processo legal. Talvez, no futuro, aconteça um milagre, mas, infelizmente, as más intenções de algumas pessoas destruíram todo o futuro. Mas nunca se sabe o que pode acontecer.
Por fim, nosso site é o Tracklist, e queremos saber de você: qual seria a tracklist perfeita de um álbum para curtir no Brasil?
Boa pergunta. Há uma música chamada “Ain’t No Sunshine” [Bill Withers] que eu gosto muito.
Pode deixar um recado para os seguidores do Tracklist?
Claro! Para todos os seguidores do Tracklist, envio muita luz. Ouçam “Los Hombres Lloran” e me escrevam. Tenho um aplicativo chamado Sesh, onde podem se juntar e me contar o que sentem, o que a minha música desperta em vocês.
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