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Entrevista: Chico Bernardes reflete sobre sua busca artística e a criação de “Outros Fios”

Músico se apresenta nesta quinta-feira (3) no Bona Casa de Música, em São Paulo

Foto: Divulgação/Créd.:Berro

Lançado há pouco mais de um mês, “Outros Fios”, o segundo álbum de Chico Bernardes, traz uma nova camada de maturidade e experimentação para o artista paulistano. Explorando a passagem do tempo e as transformações pessoais, o disco é marcado por uma abordagem introspectiva e um som elaborado, refletindo o processo de evolução musical de Chico desde seu álbum de estreia em 2019.

Em entrevista ao Tracklist, Chico compartilhou como foi a jornada de autodescoberta através da produção e composição do novo trabalho. Ele explora não apenas o amadurecimento artístico, mas também as novas responsabilidades que vêm com a transição para a vida adulta, destacando a importância de manter sua música fluida e diversa.

Ainda em entrevista, o músico deu spoiler do que vem por aí em sua carreira. Vale destacar que nesta quinta-feira (3), Chico fará o show de estreia do álbum na Bona Casa de Música, em São Paulo. Os ingressos estão à venda pela Eventim, com valores que variam entre R$ 60 (meia) e R$ 120 (inteira). Confira!

Chico Bernardes fala sobre desafio em busca artística e planos para a carreira

Você falou sobre a “busca por uma identidade” ao criar o seu novo projeto e mencionou que o maior desafio foi aprimorar o que aprendeu com seu álbum de estreia, “Chico Bernardes”, em 2019. Agora, um pouco mais de um mês após o lançamento de “Outros Fios”, como você descreveria esse processo de busca e evolução? Você sente que conseguiu encontrar sua identidade musical nesse novo trabalho?

Acredito que esse disco foi um projeto pessoal muito importante, para além do lançamento de mais um álbum. Após o longo período de dois anos colorindo as canções, vejo que aprendi muita coisa, seja nos quesitos técnicos de produção, chegando em resultados mais aprimorados com o som, seja no âmbito estético, na busca por gostos e roupagens para as músicas. Acho que a grande conclusão que tiro olhando para trás é que, embora tenha alcançado algo com o qual me identifico muito, ainda assim sinto que isso não me define. Gosto de diferentes estilos e nuances, e poder transitar entre eles quando bem entender é o que torna a música instigante, sem o perigo de cair na mesmice.

Você se aventurou como produtor musical nesse álbum. O que você aprendeu nesse novo papel que ajudou a moldar o som do álbum?

Aprendi das mais variadas técnicas de gravação, microfonação, mixagem, explorei mais a fundo o uso de sintetizadores e saí um pouco da zona de conforto, deixando o violão de lado em algumas das faixas. Também senti que explorar as percussões foi um grande aprendizado. Saber o momento de parar de acrescentar elementos na música foi importante, embora algumas delas, ainda assim, tenham bastante coisa acontecendo em simultâneo.

“Outros Fios” é um álbum que transita entre a mudança de perspectiva a partir da passagem do tempo. Você poderia nos explicar como surgiu essa ideia? E como você espera que esse conceito ressoe com os ouvintes?

A ideia do disco como um todo não foi um conceito preestabelecido, mas sim resultado da soma das músicas. Conscientemente eu já tinha a intenção de escrever músicas relativas à existência pelo eixo individual-subjetivo. A partir daí, fui vendo quais das canções que eu tinha se encaixavam juntas. No geral, acho que abriu ao ouvinte uma viagem solitária, de maneira pessoal. Imagino que vá ressoar diferente para cada um, espero que gere impacto e novas ideias a quem ouve.

“Até que Enfim” é uma letra que trata justamente da transição entre a adolescência e a chegada na vida adulta. Para essa composição você utilizou alguma experiência pessoal?

Usei do sentimento e ideias que me circundam, visto que me encontro nessa fase transicional. Nesse momento da vida, me vejo menos ligado à adolescência, e cada vez mais aberto e inclinado a novas responsabilidades a serem manejadas no caminho.

Como você escolheu as faixas que fariam parte do álbum? Houve alguma música que ficou de fora e que você gostaria de ter incluído?

Escrevi todas as músicas que tinha em um caderno e fechei um bloco de dez. Fui trocando umas por outras e chegando no resultado final que me satisfez. Tem algumas que ficaram de fora, mas que poderiam ter entrado no disco, eventualmente ainda lanço essas faixas “bônus”.

Nesta quinta-feira (3), você faz a primeira apresentação do novo álbum. Sabemos que o Gabriel Milliet dividirá o palco com você, mas além disso, o que o público pode esperar no show? Tem algum spoiler que você possa nos dar, até mesmo sobre novas datas?

Vamos brincar um pouco com novos timbres, o Gabriel vai tocar bastante sintetizador e flauta com pedais de efeito, me ajudando a contornar e colorir as canções. Meu amigo João Barisbe vai participar tocando saxofone com a gente. Animado! E sobre próximas datas, em breve anuncio uma pequena descida para o Sul do país, vai ser bacana.

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