Após o sucesso da “REVERSA TOUR”, Carol Biazin está de volta aos palcos com uma proposta ainda mais íntima e pessoal: o acústico “nem tão pouco assim”. Com uma carreira que teve início há 11 anos, quando a artista começou a compartilhar vídeos cantando no YouTube, as apresentações são uma espécie de retorno às origens e uma forma de agradecimento ao público.
Será um momento de resgate de memórias e de experimentação, em que os hits consagrados da cantora ganharão novas roupagens e permitirão ao público mergulhar em uma atmosfera musical completamente diferente. Em entrevista ao Tracklist, Carol Biazin conta como estão os preparativos para a turnê, se haverá participações especiais, relembra sua apresentação com Ludmilla e mais detalhes.
Entrevista: Carol Biazin fala sobre a turnê acústica “nem tão pouco assim”
Tracklist: A gente gostaria de saber mais sobre a turnê acústica, “nem tão pouco assim”. Como estão os preparativos, ensaios, toda essa correria?
Carol Biazin: Está sendo interessante porque, geralmente, quando a gente tinha ensaio para marcar, eu dependia de um tanto de coisas, mas agora sou só eu! (risos). É uma coisa que eu já estava com vontade de fazer há muito tempo, porque eu sempre fui e vim desse lugar do instrumento, aprendi a tocar meu primeiro instrumento musical aos oito anos, isso antes mesmo de cogitar cantar. O canto veio após isso.
Durante a turnê do “REVERSA” (2023), a gente estava fazendo em algumas capitais, foram lindos os shows, e eu tive um insight: “Cara, por que a gente não faz um acústico?”. Eu sempre tive muito receio de a galera achar que eu estaria me diminuindo, sabe? Que, depois de entregar um show com muita estrutura, eu seria menor. Então, por um tempo eu fiquei com muito receio de fazer, mas depois de conversar muito comigo mesma, terapias e tal, eu falei: “Eu toco, sabe?! Eu toco instrumentos!”, não é uma brincadeirinha que eu resolvi fazer, é algo que eu queria para fazer uma proposta de mostrar a grandiosidade em coisas pequenas.
Por isso que veio o nome da turnê, “nem tão pouco assim”. Veio de um desabafo de uma música, acabou partindo de um interlúdio do álbum (“pouco [mas nem tão pouco assim]”) que virou tanta coisa, mas eu também queria muito me sentir livre no palco. Eu acho que, óbvio, a gente tem liberdade, podemos fazer o que quisermos com a banda e tudo o mais, mas acredito que só eu e o público, com as pessoas que estão ali para sentir essa energia, acho que traz essa liberdade de você poder falar a hora que quiser falar, trocar ideias de perto mesmo, conseguir olhar mais no olho.
Então, eu acredito que vai ser um show para a gente se conectar ainda mais do que a gente se conectou [na turnê de] “REVERSA”, e mostrar também para as pessoas que não me conhecem como instrumentista, vão me conhecer como instrumentista agora. É mais uma camada da minha vida para as pessoas. Eu vejo muito esse show como uma transparência, o máximo possível, de quando eu comecei. Eu vim do interior, do quarto lá em Campo Mourão/PR, tocando violão, eu só fazia isso o dia inteiro, e agora eu estou fazendo isso em cima do palco! (risos).
Ia perguntar exatamente sobre essa questão. Você falou sobre, desde o início da sua carreira, quando começou a tocar instrumentos, tinha seu canal no YouTube, e agora vai estar meio que recuperando essas origens. Como é para você estar nesse momento agora?
Acho que é gostoso, eu estava precisando desse momento pós-lançamento do álbum, de me reconectar com algumas coisas que eu costumava fazer, e o instrumento foi uma delas. Eu já estava fazendo um pouco na turnê que fizemos de “REVERSA”, eu tocava alguns instrumentos, mas eram momentos muito pontuais. Eu até ficava triste quando tiravam o instrumento do palco! Ficava: “Aff, queria tocar mais umas 10 aí na guitarra agora!” (risos).
E agora eu tenho essa liberdade de criar um repertório com releitura de várias músicas que eu já lancei, e também outras coisas, não sei ainda, como covers – ainda estou pensando em músicas que não são minhas, se eu faço ou não. Vou ver se a galera pede. Mas as músicas antigas repaginadas, todas elas rearranjadas, vai ser muito gostoso. Vai parecer que estou fazendo um cover de mim mesma!
Como está sendo essa adaptação da roupagem acústica das suas músicas? Está sendo um processo divertido, criativo, difícil?
Sim, algumas músicas possuem uma dificuldade de repaginar. Algumas músicas, por exemplo, eu acabei tirando do próprio repertório: “MALA MEMO”, “GAROTA INFERNAL”, que acho que não é nem pela vibe, eu até poderia fazê-las acústicas, mas acho que o tema dessas músicas não conversa com o que eu quero falar nessa turnê.
Mas está sendo gostoso, cada dia eu paro e fico escutando uma música ou outra, e vou pensando no que eu já posso criar. Se posso criar uma camada, e aí por cima fazer um solo de guitarra… Tem sido muito prazeroso. Eu acho que, das músicas que eu tenho produzido, muitas delas nasceram do violão, da guitarra, do teclado, enfim. Então, acaba que elas não vão estar em um ambiente tão distante do que elas deveriam ser também.
Entendi. É mais por aí o que o público pode esperar dos shows, certo?
Exato. Vai ser um repertório bem mais cru, porque vai ser só um instrumento, às vezes eu posso fazer uma camada com outro instrumento… Mas vai ser um show bem intimista, em que você vai conseguir ouvir os elementos que estão ali. Não vai ter uma bateria quebrando e uma guitarra gritando, vai ser uma parada contida.
Acho que até eu vou conseguir ouvir melhor as pessoas cantando, porque eu geralmente escuto: [sons inaudíveis] (risos). Eu sempre saio com uma audição a menos dos shows, mas esses vão ser mais tranquilos!
Você já trabalhou e colaborou com muitos artistas. A gente pode esperar algum encontro nos palcos?
Pode, sempre válido! Não vou mentir, ainda não tem nada fechado, mas é super válido. Eu fiz um pouco disso em “REVERSA”, chamei algumas pessoas para colaborar, em São Paulo teve Marina Sena. Gabriel Froede, um grande amigo meu, abriu alguns shows. Então, isso não é descartado nunca, é sempre possível. Se estiver dando bobeira ali, eu arrasto para o show, com certeza! (risos).
Demais, seria um momento bem legal! A gente queria saber agora, puxando agora para a nova versão de “Raio X” com Ludmilla, no “Numanice #3”. Como foi essa colaboração?
Foi muito divertida! Essa experiência foi uma coisa que eu, sem querer, acabei cavando, sempre jogando para o universo, porque Ludmilla já falava sobre mim, postava algumas coisas do meu trabalho, falando que gostava muito, a gente já trocou poucas ideias na vida por Direct Message, e eu sempre falava que queria fazer feat com ela.
Para mim era um sonho, só eu jamais iria imaginar que seria no “Numanice”! Porque é um projeto gigantesco dela! Para mim, ela escolhe as pessoas a dedo que vão estar ali, compartilhando isso com ela. E ela postou um vídeo, perto do final do ano passado, cantando “Raio X”. A música é de 2020, mas acho que ela conheceu recentemente. E eu fiquei: “Meu Deus, cara. Imagina isso no ‘Numanice’!”, fiquei pensando, “Numanice 3” estava próximo aí…
Aí, passou um tempo e rolou o Prêmio Multishow e teve o after da Ludmilla. Eu não estava convidada, óbvio, a gente só se falava pelo Direct! Eu estava zero convidada, e a gente nem se trombou lá, nem nada. E eu não sou “caruda”, cara. Eu tenho muita timidez, então se eu não estou convidada, eu enfio minhas pernas para ir e vou embora. Mas, eu estava com quem? O meu empresário, que é o cara mais “carudo” do mundo!
Ele falou assim: “Cara, Matheus Fernandes falou para mim que vai colar no after da Ludmilla. Vamos com ele”. Eu falei: “Quero fazer isso não, vou dar carteirada lá na casa da Ludmilla?! Você está louco? Porr*, eu admiro ela para car*lho, imagina se ela fica put*?”. Eu ficaria put*, de brotar do nada na casa dela. Aí ele ficou me enchendo o saco, falando que vai ser legal, vai ser importante.
Cheguei lá e não deu outra. A van parada na frente do condomínio e a galera perguntando como era o meu nome, eu falei, [e eles]: “Não está aqui o seu nome, não!”. Aí, eu viro para o meu empresário e falo assim: “Poxa, você não tinha mandado o nome para fulana? Já que eu estou aqui, vou tentar, né?” (risos).
A gente tentou, tentou e tentou, até que conseguimos entrar, pela irmã dela. A gente chegou e estava todo mundo que você possa imaginar na casa dela, porque a Tatá Werneck explanou no meio do Multishow, né? (risos). Chegamos lá e [a Ludmilla] me olhou e falou assim: “Mentira que você está aqui! Você vai ter que cantar ‘Raio X’!”. E foi isso, foi a primeira coisa que ela me falou.
Tinha uma banda tocando, quebração. E falei: “Beleza, vamos cantar”. Cantei “Raio X”, ela cantou comigo, e fiquei com aquilo na cabeça. Acabou a noite, fui embora depois daquele fuzuê todo, vi Pabllo Vittar dançando até o chão, Vitor Kley cantando “O Sol”. Tudo aconteceu lá no after. Nunca tinha vivido uma experiência daquele tipo.
Foi uma noite completamente cheia!
Eu não estava esperando. Eu passei de um dia que eu poderia ter ido para o hotel dormir e não ter acontecido nada, para uma que aconteceu muitas coisas. Então, valeu a pena eu ter me arriscado!
E aí beleza. Voltei, fui para casa, tinha show em Belo Horizonte na semana, fui para lá e, esperando o tempo passar ali no hotel, e me falaram: “Cara, acho que a Lud vai entrar em contato com você”. Ela me mandou mensagem no WhatsApp: “E aí, Carol, beleza, como você está? […]. Seguinte, vai ter ‘Numanice 3’ e eu queria muito regravar ‘Raio X’, só que eu quero regravar com você!”.
Fiquei “como assim, cara, regravar comigo…”. Eu surtei em áudio. Falei: “É isso, vamos nessa”, e ela: “Fica tranquila, vou te mandando as bases”. Recebi a base em pagode e foi. A gente não teve ensaio nem nada, foi no dia lá. Fizemos uma passagem, meio que já gravando, e na segunda [vez] foi valendo. Foi isso!
Foi então do dia pra noite! Que incrível.
Foi louco, muito incrível. Foi uma experiência massa. E para mim, “Raio X” nasceu para ser pagode mesmo!
Para a nossa última pergunta, nosso site se chama Tracklist. Poderia nos dizer três músicas acústicas que marcaram a sua vida para compor a tracklist de um álbum?
Tem uma da SZA que eu estou viciada, “Special”; eu amo essa música, acho ela muito profunda. Tem uma do Justin Bieber, que sou viciada também, que foi o Ed Sheeran que escreveu inclusive, “Love Yourself”. Uma minha, 100% “INÍCIO DO FIM” tem que estar na tracklist também.
O projeto vai marcar um novo capítulo na trajetória de Carol Biazin, onde ela propõe a explorar seu lado multi-instrumentista e a intensificar a conexão com o seu público. Os shows serão realizados em teatros de cinco cidades brasileiras. Confira as datas e locais confirmados:
- 28 de abril: São Paulo/SP – Teatro Gazeta
- 01 de maio: Porto Alegre/RS – Teatro Bourbon Country
- 10 de maio: Curitiba/PR – Teatro Fernanda Montenegro
- 26 de maio: Belo Horizonte/MG – Gran Theatro Unimed
- 27 de maio: Rio de Janeiro/RJ – Teatro Multiplan
As vendas para os espetáculos são realizadas exclusivamente no site oficial da cantora. Além disso, um novo single de Biazin virá com a turnê. “A Gente Só Conhece Quando Termina” chegou nas plataformas de áudio nessa quarta-feira (20), às 21h.