Foi um desafio para Guilherme Carvalho entender qual era o momento certo para deixar o perfeccionismo de lado e se jogar no universo da música independente. Isso se trata de uma jornada de amadurecimento que se inicia a partir do momento em que seu projeto de estreia, o EP “Músicas em Preto & Branco”, vem ao mundo e assim dá início à sua carreira artística como Guioak.
Em entrevista ao Tracklist, Guioak conta mais sobre o seu processo de produção do EP, suas influências, composição das letras, projetos futuros e mais.
Entrevista: Guioak fala sobre EP “Músicas em Preto & Branco”
Tracklist: Como foi o preparo para lançar seu primeiro projeto autoral com o EP “Músicas em Preto & Branco”?
Guioak: Acredito que o lançamento de um primeiro projeto é sempre muito particular. Não apenas por ser uma espécie de apresentação do artista ao público, mas por ele precisar decidir o que vai de fato definir a sua identidade. Ano passado esse meu preparo se deu de forma muito natural, tentando abraçar estéticas e influências que faziam sentido pra mim e para o meu momento como artista. Já escrevia e compunha há anos, então foi um desafio fazer a curadoria do material que iria para esse projeto. Mas essa, sem dúvidas, foi uma das partes mais gostosas de todo o processo.
Qual foi a parte mais desafiadora e a mais marcante durante esse processo de produção?
Acho que é normal sempre ficamos nos perguntando quando é o momento certo para fazer algo que vai tirar a gente da zona de conforto. A parte mais desafiadora foi conseguir entender que, na vida, esse tal “momento certo” não existe. Quando eu aprendi a deixar esse meu perfeccionismo de lado foi quando me senti pronto para colocar minhas músicas no mundo.
Uma realização fundamental desse processo que veio de uma das minhas conversas com o Joni, meu professor de canto e produtor do EP. Quando eu fui para o estúdio e comecei a cantar as minhas músicas foi que me toquei que um grande sonho estava finalmente saindo do papel. Esse início de tudo foi muito marcante, emocionante até, sem dúvida.
Sobre a composição das letras, o que mais te inspirou para escrever as músicas do EP?
As letras são baseadas em um grande apanhado de emoções que fui vivenciando nesses últimos anos. As músicas falam muito sobre frustração, mas não no sentido melancólico da palavra. Sempre vi muita esperança no luto por ele ser essencial ao nosso próprio crescimento, e eu, como artista, gosto muito de me inspirar nesses momentos para fazer minha arte. “Músicas em Preto & Branco” não fala só sobre perdas, mas sobre aprendizados e ganhos a longo prazo.
Algum artista específico que tem como referência ou tem escutado com frequência?
“Músicas em Preto & Branco” foi uma forma que encontrei de homenagear as mais variadas influências que me fizeram ser o artista que me tornei. No EP, abraço desde ideias que me fizeram começar a escrever como John Mayer, Radiohead e Hozier, até artistas que ouvi muito durante o processo e que se apoiam mais no indie e folk como Phoebe Bridgers, Bon Iver e Terno Rei, uma banda que gosto e admiro demais.
Já está com novos projetos em mente? O que pode nos adiantar?
O que não faltam são projetos em mente. Sinto que me lançar como artista só me ajudou a desbloquear ainda mais ideias e estéticas que eu quero muito seguir. Estou planejando um 2024 cheio de lançamentos que vão mostrar vários outros lados do Guioak. Voltei para o estúdio já agora em fevereiro e prometo trazer novidades muitíssimo em breve. Quem sabe um novo single com uma pegada bem diferente agora, já para abril (risos). Estou muito animado!