Depois de um show em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, o cantor Seu Jorge foi vítima de ataques racistas por parte da plateia. A apresentação aconteceu na última sexta-feira, 14 de outubro, no clube Grêmio Náutico União (GNU).
Seu Jorge é vítima de racismo em Porto Alegre
De acordo com o jornal GZH, que ouviu algumas pessoas que estiveram no show de Seu Jorge em Porto Alegre, os ataques teriam sido feitos com “gritos de ‘uh, uh, uh’, simulando o som feito por macacos, além de ter sido xingado com termos como ‘negro vagabundo’ e ‘preguiçoso’”.
O jornal afirma que a Polícia Civil da capital abriu investigação sobre os relatos. Os ataques teriam sido em virtude do discurso do cantor contra a redução da maioridade penal e defesa de jovens negros de comunidades pobres, segundo O Globo (via Splash).
Ao GZH, uma fonte esclarece que tudo corria bem no show, até o momento em que Seu Jorge chamou ao palco Pedrinho da Serrinha, um prodígio do cavaquinho de 15 anos, e que aproveitou o momento para “ressaltar as dificuldades de ser jovem e negro no Brasil”. “[Seu Jorge] aproveitou a apresentação do adolescente para fazer referência à questão da maioridade penal, mas não fez defesa de nenhum candidato, foi um discurso antirracista apenas”, afirmou a fonte.
Em nota, o presidente do GNU, Paulo José Kolberg Bing, informou que a associação repudia qualquer ato de discriminação. “O Grêmio Náutico União está apurando internamente os fatos ocorridos em evento realizado no dia 14 de outubro, durante apresentação do cantor Seu Jorge. Se for comprovada a prática de ato racista, os envolvidos serão responsabilizados”, declarou (via Splash).
“Afirmamos que o União, seguindo seu Estatuto e compromisso com associados e sociedade, repudia qualquer tipo de discriminação. Ressaltamos que Seu Jorge foi o artista escolhido para realizar show com a presença de associados e não-associados do Clube, considerando sua representatividade na cultura nacional e pelo reconhecimento internacional, e destacamos nosso respeito ao profissional e ao seu trabalho”, finaliza a nota.