BLACKPINK está oficialmente de volta com seu segundo disco, “BORN PINK“, lançado nesta sexta-feira (16). O quarteto retorna após dois anos do lançamento do primeiro disco, “The Album“. O primeiro single do projeto foi lançado em agosto e conta com centenas de milhões de visualizações e streams em diversas plataformas. A partir de outubro, o grupo entrará em turnê mundial até julho de 2023.
As gigantes do K-Pop são agenciadas pela YG Entertainment, e aqui é importante ressaltar o impacto que essa relação empresarial tem sob o grupo. Como foi nos apresentado em diversos momentos, tanto historicamente, como no próprio documentário do grupo, as grandes decisões dos caminhos a serem tomados são feitas pelos executivos. Infelizmente, o grupo em si não tem tanto poder de decisão como gostaríamos.
Isso influencia diretamente nos produtores do disco, na liberação para as próprias integrantes do grupo escreverem as próprias músicas e até quais canções estarão no disco ou não. E esse segundo disco deixa ainda mais clara as decisões empresariais da YG, enxergando BLACKPINK como um produto empresarial, e até mesmo podando o potencial do grupo.
“BORN PINK” e a conexão com as origens do BLACKPINK
Muito se falou sobre a diversidade do “The Album”. O projeto contou com músicas agressivas sonoramente, parcerias com nomes consolidados e apostas muito maiores. Talvez por ter sido o primeiro disco do grupo, era necessário entender como o público aceitaria cada uma das produções do álbum.
Quando entramos no “BORN PINK”, o terreno não parece ser o mesmo. As referências aos primeiros passos do grupo, como em “As If It’s Your Last” ou até mesmo “Forever Young“, são muito mais presentes. Após a terceira música o álbum fica muito mais introspectivo e com um ritmo cadenciado, lento em partes.
O disco abre com os dois principais singles da nova era, “Pink Venom” e “Shut Down“. O segundo traz a identidade sonora do grupo muito presente e um clipe fazendo diversas referências aos seus antigos lançamentos. A produção aposta na mescla do violino com elementos do trap, movimento parecido com o feito por Apashe em “Lacrimosa”, utilizando de elementos clássicos com sons majoritariamente eletrônicos.
A aposta é contundente para o mercado internacional, mas a impressão que fica é que a canção não é melhor do que “Pink Venom”, quando comparada com a identidade do grupo em lançamentos anteriores.
O disco segue com “Typa Girl” e “Yeah Yeah Yeah”. A primeira segue os elementos do trap, com letras eloquentes e não foge do que sabemos que o grupo pode fazer. Mas o uso do piano e dos sintetizadores casariam muito mais com uma linha de bateria, como a que foi utilizada em “Pretty Savage” no primeiro disco, por exemplo. Soa como se estivesse faltando alguma coisa na batida da música.
Já em “Yeah Yeah Yeah” a produção segue por um caminho diferente, remetendo aos primórdios do grupo. Não seria surpreendente saber que a música, que fecha a primeira metade do disco, foi gravada há alguns anos e utilizada só agora – o que não é ruim, importante ressaltar.
A diversidade de BLACKPINK em “BORN PINK“
Na parte final do disco temos “Hard To Love”, “The Happiest Girl” e “Tally”. O trio é o destaque do disco pelo peso das composições e sonoridade extremamente carregada emocionalmente. Aqui, a versatilidade do grupo está à mostra.
As duas primeiras mostram o lado emocional tanto na composição, quanto na escolha dos elementos sonoros. Dos violinos até a batida lenta, o grupo consegue mostrar facetas que não conhecíamos ainda.
“Tally”, um pouco mais animada, ainda mostra o grupo em um ambiente novo. Com o tempo nos acostumamos com BLACKPINK lançando canções com uma sonoridade agressiva ou então mais leves. Aqui elas encontram o meio do caminho e exploram esse novo momento.
O álbum fecha com “Ready For Love“, que não se encaixa nas demais canções e destoa da sequência.
Com oito faixas, “BORN PINK” mostra a versatilidade do quarteto. Porém, faz um jogo seguro e não decola. É um bom disco que, infelizmente, não teve a mesma coragem de seu antecessor.
Nota: 7,0
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