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Show do Guns N’ Roses no Rio é marcado por emoção

Banda reunida em show realizado em Buenos Aires. Foto: Divulgação/Katarina Benzova

A previsão do tempo do dia 15 de novembro, no Rio de Janeiro, era de chuva. O dia amanheceu com sol até ficar nublado no fim da tarde. Porém, à noite, o céu seguiu firme e deu direito até a uma superlua brilhar junto com Axl Rose, Slash, Duff McKagan e o resto do Guns N’ Roses. A “november rain” só aconteceu no palco do estádio Nilton Santos, conhecido como Engenhão – e foi um dos momentos altos de uma noite emocionante aos fãs do grupo.

A apresentação modesta da banda Plebe Rude, às 19h15, foi um bom “esquenta” que ajudou a animar ainda mais o público. O grupo também foi a banda de abertura do Guns nos shows de 2014.

O show da turnê “Not in this lifetime” começou às 20h48, 18 minutos atrasado; o que, particularmente, não é nada mal perto das três horas enfrentadas pelo público na edição de 2011 do Rock In Rio. Aliás, vamos combinar: nada foi parecido entre esses dois shows. Enquanto o de 2011 deixou boa parte do público irritada, o de ontem foi marcado por emoção, assim como os primeiros shows do Guns no Brasil, em 1991 e em 1993. Logo de início, as antigas “It’s so easy” e “Mr. Brownstone” extasiaram os fãs, que assistiam, de perto, parte da formação original do Guns, separada desde 1996, ano de saída de Slash.

Aliás, a atenção de Axl Rose estava dividida. O guitarrista Slash e o baixista Duff McKagan, que saiu em 1997, estavam sempre à frente do palco. Quando Axl apresentou a banda, os dois foram completamente reverenciados pelo público, que aplaudiram a demanda recebida com sucesso. O próprio Axl não fez feio e, embora se saiba que seu alcance vocal não é o mesmo de antigamente, cantou honestamente para um show realizado em um estádio.

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Apresentação do Guns N’ Roses. Foto: Luciana Lino

A apresentação seguiu com canções que transitam por toda a linha do tempo do Guns, como “Chinese Democracy”, do álbum de mesmo título de 2008, e a clássica “Welcome to the Jungle”, do álbum de estreia “Appetite for Destruction”, de 1987. O restante do setlist foi marcado por canções como “Double Talkin’ Jive” e a super cantada “Live and Let Die”, cover dos Wings, antiga banda de Paul McCartney.

A banda também apresentou versões de outras músicas, como a emocionante  “Knocking on heavens door” de Bob Dylan – e que fez o Engenhão cantar sozinho –,  “The Seeker”, do The Who, “Attitude”, do Misfits – que levou Duff aos vocais – e “Wish You Were Here”, do Pink Floyd.

Durante a apresentação, o setlist do Rio sofreu algumas mudanças: o público carioca não ouviu canções como a clássica “Patience”, mas pode desfrutar das antigas “Out ta get me” e “Yesterdays”. “Coma” e a interpretação do tema de “O poderoso chefão”, de Nino Rota, feita por Slash, fez o público que comprou ingresso para as cadeiras se sentar um pouco para descansar; mas, logo em seguida, a tradicional “Sweet child o’mine” levantou novamente o estádio. A canção foi uma das mais aguardadas e cantadas, assim como “November rain”, que levou Axl ao piano.  Assim como nos outros shows do Guns que aconteceram até agora no Brasil, os fãs levantaram balões vermelhos durante a performance da música, iluminados pelas lanternas dos celulares.

Engenhão rodeado de balões vermelhos. Foto: Luciana Lino
Engenhão rodeado de balões vermelhos. Foto: Luciana Lino

A primeira parte da apresentação terminou com “Nightrain”, e o bis começou com “Don’t cry”, seguida por “Paradise city”.  O Guns N’ Roses foi embora após uma gravação de “Faraway eyes”, dos Rolling Stones, e agradeceu ao público carioca pela recepção.

Não aconteceu muita interatividade nos intervalos das músicas. Vez ou outra, Axl falava com o público, seja com um tímido “How you doing?” (Como vocês estão?) ou com um “I wanna hear you scream!” (“Quero ouvir vocês gritarem!”). Mas não precisou de muita conversa para tornar o show inesquecível: a presença e, principalmente, a performance animada do (quase) antigo Guns N’ Roses deixou os fãs (e até os apenas admiradores) cariocas em êxtase e, claro, pedindo bis. Foi uma oportunidade do público mais jovem conhecer os ídolos de perto e o público mais velho se sentir embarcando em uma máquina do tempo até os tempos gloriosos do Guns, há quase 30 anos. Se depender desta turnê, que venham outros anos que carreguem essa mesma energia e, principalmente, essa mesma reunião.

Banda reunida em show realizado em Buenos Aires. Foto: Divulgação/Katarina Benzova
Banda reunida em show realizado em Buenos Aires; não foram permitidas fotos no show do Rio. Foto: Divulgação/Katarina Benzova

SETLIST

Looney Tunes (gravação)
The Equalizer (gravação)
It’s So Easy
Mr. Brownstone
Chinese Democracy
Welcome to the Jungle
Double Talkin’ Jive
Better
Estranged
Live and Let Die (Wings cover)
Rocket Queen
Out Ta Get Me
You Could Be Mine
Attitude (Misfits cover)
This I Love
Civil War
Coma
Speak Softly Love (Nino Rota cover)
Sweet Child O’ Mine
Yesterdays
Wish You Were Here (Pink Floyd cover)
November Rain
Knockin’ on Heaven’s Door (Bob Dylan cover)
Nightrain

Encore:
Don’t Cry
The Seeker (The Who cover)
Paradise City
Far Away Eyes (gravação do The Rolling Stones)

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