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Seakret festeja o lançamento de “Kika”, fala sobre carreira internacional e parcerias dos sonhos

No último sábado à convite da Universal Music, nós do Tracklist tivemos o prazer de curtir uma curtir uma festona e entrevistar o duo brasileiro Seakret! A festa rolou no Lions Club, na região central de São Paulo e lá por volta das 2h da manhã, depois de já ter dançado bastante, pudemos curtir mais ainda e ouvir na íntegra o novo single da dupla, “Kika”, feito em parceria com o colombiano Feid e o MC Zaac.

Pra quem não conhece, a dupla Seakret é formada pelos produtores Pedro Dash e Dan Valbusa que antes de ser um duo já produziam hits junto com Emicida, Anitta, MC Guimê… Agora que estão juntos, Pedro e Dan já produziram remixes oficiais pra Pabllo Vittar e FTampa.

Confira na entrevista mais detalhes sobre a formação do grupo, carreira internacional e parcerias.

Como surgiu vocês dois? Vocês se conhecem da onde? Como vocês decidiram virar um duo? Como rolou essa conexão?

A gente se conheceu em 2008 quando o Danilo tocava no Cine e eu fui um dos produtores do primeiro EP do Cine. Nesse momento eu entrei na banda, fomos parceiros de banda aí por muitos anos. E, assim como todos da banda, a gente se tornou muito amigo. E, cara, a gente sempre fez música junto… O tempo todo, sendo pra outros artistas, sendo pra nós. E em 2015 a gente montou o Seakret despretensiosamente e ai no final do ano passado foi quando a gente realmente começou a lançar as músicas na Universal e passou a levar o projeto mais a sério.

TRACKLIST – Bacana, muito legal. Vocês tem uma amizade então, de vários anos…

PEDRO DASH – Dez anos. Ou mais!

T – Bom, eu vi aqui que vocês já produziam música juntos antes e ser A Secret. Vocês já produziram Anita, Emicida… Agora que vocês são a Seakret, com quais artistas vocês gostariam de assinar uma parceria?

PD – Nossa, muitas. O Pharrel é um cara que… sem palavras. Justin Bieber seria foda demais. Mas, porr*, essa é uma pergunta que a gente não só como artista mas como produtor, a gente pode ficar aqui umas 3 horas falando… Tem um que a gente gostaria, é o Tropkillaz, que estão enrolando a gente. Pode falar aí!

T – Vocês tem vontade de lançar um álbum físico ou vocês pretendem ficar mais nas plataformas, como Spotify, Youtube e tal?

PD – Eu não tenho a mínima pretensão de lançar álbum físico.

DAN VALBUSA – Acho que pra lançar uma coisa física teria que ser um vinil comemorativo, uma edição especial. Porque a gente sabe que todo mundo vai consumir a plataforma digital mesmo.

PD – Até porque nosso tipo de som não é muito consumido fisicamente. Existem estilos de música e vertentes que ainda precisam muito do cd físico e vendem ainda, mas eu acho que o nosso som é bem digital. Bem das plataformas mesmo, bem dessa coisa de streaming e tal.

T – Eu concordo. Eu acho que o estilo de vocês é atrelado a esse tipo de plataforma. Não consigo ver um álbum físico de vocês… Espero que não te ofenda!

PD – Não ofende não! (risos). A gente também não vê. A gente não consegue ver muitos CDs físicos hoje em dia no geral. Tem alguns lugares do Brasil que você só chega realmente com o CD físico ou na rádio. E eu acho que somos artistas que estão começando a tocar na rádio e dessa forma a gente pode abranger mais gente. Mas não acho que é o investimento em CD físico que vamos alcançar mais pessoas. Acho que a gente sempre vai apostar na internet mesmo.

T – Concordo. Próxima pergunta! Por muito tempo, a cultura latina, o funk foi taxado como promíscuo. Não era uma coisa que a galera investia. E ultimamente o pessoal tá investindo. Vocês acham que é uma coisa de momento porque agora tá fazendo sucesso ou vocês acham que é bacana e é possível a gente seguir nessa linha de música latina e funk como se fossem nossa cultura de agora?

PD – Cara, eu acho que a música é cíclica de qualquer forma. Então, sempre tem um estilo que tá bombando mais que o outro. E a cada 10/15 anos, as coisas tem o ciclo – vão e voltam. O que tava rolando nos anos 80 começou a voltar 10 anos atrás, o que rolava nos 90 começou a voltar. Hoje em dia você pode ver… O Bruno Mars é um exemplo. E o funk sempre esteve aí desde os anos 80 mais ou menos… O reggaeton sempre foi bombado na América Latina. Mas, eu acho que pela questão da internet mesmo, a barreira da língua hispânica foi quebrada aqui no Brasil. E também a gente vê a barreira da língua portuguesa ser quebrada lá fora, músicas como “Bum Bum Tam Tam”. O Kevinho vai lançar uma versão agora internacional. Tá rolando essa parceria. E eu acho que não vem muito do estilo em si, mas da cultura do feat, a cultura da participação tá muito forte. Sempre rolou, mas agora tá mais difundida. Você pode ver tanto os artistas latinos quanto os brasileiros fazendo muito isso e se unindo de verdade. Então acho que não é nem a questão do estilo que está bombando no momento, mas a nossa música tá pronta e tá sendo globalizada. Você citou a Anitta… Ela é um dos maiores motivos de estar acontecendo isso com a música brasileira, junto com o funk. A música de língua espanhola entrando aqui. Então, independente do estilo rolando ou não, eu acho que o funk vai perdurar muito tempo, o reggaetton também porque eles já estão aí há 20 anos e não tem por que agora que está bombando pensarmos no término deles.Eu acho que a gente tem que pensar muito na nossa cultura também, eu acho que o funk.

DV – Eu acho que o funk vai sair do Brasil agora.

PD – Já saiu.

DV – Eu acho que vai viram uma febre assim.Como foi o reggaetton anos atrás.

T – É muita loucura isso. Porque, sei lá, anos atrás, as pessoas nem consideravam o funk como um tipo de música. Era um barulho sem graça, só quem escuta é da favela. Um p*ta preconceito e agora todo mundo escuta funk, inclusive a galera que falava mal anos atrás! 

PD – E é exatamente o que aconteceu com o reggaetton. O reggaetton também saiu das favelas, do gueto, da América Latina. Eu acho que tudo o que bomba vem do underground. A época do hardcore no Brasil que a gente viveu veio do underground. A época do grunge lá fora veio do underground. Até as boybands… muita coisa foi tentada antes até rolar, sabe? Então, foi a mesma coisa. E eu acho que a cultura do funk é muito rica, quem tem preconceito é porque não conhece, não sabe exatamente da onde veio e em mais é que bombar mesmo.

T – Então vocês pretendem levar o som de vocês também pra fora? Junto com o funk e toda a música brasileira? Vocês estão mais focados no nosso país agora, nos nossos países vizinhos na América Latina ou vocês estão focados no mercado internacional também?

PD – A gente tá focado no internacional com certeza. É óbvio que a gente foca no Brasil, mas exatamente nesse momento que tá a musica brasileira, com Fioti com a Anitta, com o Kevinho, com a galera sendo vista lá, é óbvio que a gente quer aproveitar esse momento. A “Kika” é um exemplo disso, que a gente fez com um artista colombiano. Ela é um exemplo assim: óbvio que a gente não tá esquecendo do Brasil, a gente faz música aqui dentro, a gente faz música pensando no brasileiro. Mas, a gente faz música pensando também na pessoa fora do Brasil curtindo também.

Pra conhecer a cultura brasileira também é muito bacana, acho que é justo. Muito tempo a gente ficou consumindo artista de fora, está na hora de consumirem o nosso. Bom, você falou da música Kika, eu queria que me contassem um pouquinho mais do processo de produção dessa música.

PD – Cara, foi mó loucura. Eu e o Danilo a gente começou ela tava num processo bem cru aqui no Brasil.

DV – E a gente foi pensando: vamos convidar não se quem…

PD – E a música tinha um bumbo, uma caixa, o rife e o baixo, uma estrutura. E eu estava nos Estados Unidos, sou produtor da Universal Music e a gente faz umas reuniões lá… e depois de várias reuniões lá, que eu ouvi de várias coisas que não tinham saído ainda, eu percebi. Liguei pro Danilo e falei, cara, o Brasil tá realmente mundial, acho que a gente pode reunir uma galera. Aí eu fui pra uma balada, tomei um monte de cachaça com o Feidi e a gente decidiu fazer uma música, aí ele tomou até demais (risos)… Ele foi dormir e eu fui pro meu quarto e dei uma mexida a mais na música. Falei com o Danilo, no mesmo dia mandei um áudio pro Zaac, respondeu na hora, topou, achou legal a ideia. E a gente começou a fazer essa música meio a distância, assim. Aí o Feidi é de um grupo de produção também e eles vieram pro Brasil fazer umas músicas com a gente, ficamos uma semana com eles fazendo música. Já aproveitamos, gravamos a voz dele, gravamos clipe, fizemos tudo junto e alinhamos lançamento. A “Kika” nem era uma música que a gente tava pensando em lançar tão cedo, mas ela acabou saindo, a gente curtiu muito, já tinha ideia do clipe, já falamos com todo mundo e resolvemos lançar.

T – Que ótimo. Vamos ouvir hoje! Bom, muito obrigada por tudo. Por terem me chamado pra essa festa, vamos curtir o som hoje. Espero que vocês tenham muito sucesso na carreira de vocês, mais do que vocês já tem.

PD e DV – Muito obrigado!

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