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Japinha do CPM22 conversou com o Tracklist no Rock in Rio

A banda que completou 20 anos de carreira no ano de 2015 conversou com a nossa equipe antes da apresentação e contou algumas novidades sobre o novo disco, sobre a setlist e sobre as influências musicais e importância de tocar num festival como o Rock In Rio

É a primeira vez de vocês no Rock in Rio, com uma responsabilidade enorme que é abrir a noite para bandas super aclamadas pelo público brasileiro. Como vocês se sentem? Algumas dessas bandas de hoje inspiram vocês em algo?

“Eu particularmente gosto muito do Queens of the Stone Age, acho que é um tipo de som de raízes entre o rock, apesar de não ser uma banda tão antiga, a gente vai tocar no mesmo palco que eles hoje; acho System of a Down incrível, não sou tão fã de todos os discos, mas toda vez que vejo um show ou ouça as músicas eu acho a originalidade e a qualidade de execução absurda e as influências do oriente médio acho muito legal combinado com o rock pesado. Nós somos uma banda de punk rock/hard core, com influências do hard core californiano, que é mais melódico e rápido, então está na nossa praia. Pra mim, que sempre gostei do festival, desde o primeiro em 1985, eu era pivetinho e já curtia Iron Maiden, Queen, Whitesnake, pra mim é muito legal estar nesse palco, colocar meu currículo, minha história com o CPM22 e poder tocar ai, é uma sensação muito louca. Eu cresci com o Rock In Rio, fui influenciado por várias bandas que tocaram ai, é muito legal.”

Imagino que esse show seja muito importante pra carreira de vocês. Teremos alguma surpresa no setlist?

“Vai ter um cover ali no meio, caprichamos no setlist escolhendo as músicas mais conhecidas da galera, e no meio delas vamos tocar o cover de uma banda que influenciou a gente, o Ramones. Acho que vai ser o nosso show, o show do CPM22 é uma atrás da outra, 1, 2, 3, 4, punk rock, a gente deu uma enfeitada no palco ali, mas nada muito distante.”

Com tanto tempo de estrada, vocês acumularam vários hits e que todos esperam ver nos shows. Vocês não enjoam de tocar algumas músicas? Ou o público torna a apresentação diferente em cada show?

“O negócio fica meio automático, os movimentos, as execuções, devemos ter tocado umas mil ou duas mil vezes cada uma dessas músicas, mas é sempre um prazer diferente, como amamos tocar, cada público é uma sensação diferente, cada palco, cada dia, cada humor seu. Hoje vai ser mais especial ainda porque é Rock In Rio, essa multidão, o festival sendo transmitido pro Brasil inteiro, então vamos tocar pela milésima vez a mesma música, mas com um prazer triplicado da primeira vez.”

A indústria da música mudou muito desde o início do CPM22 e desde o lançamento do último álbum de vocês. Qual é a expectativa para os próximos lançamentos e como vocês estão planejando isso?

“A mudança é inevitável, o mundo vai se renovando, as tecnologias, a indústria fonográfica sofreu essa mudança violenta, essa mudança absurda com o mundo digital, mas estamos nos adaptando, assim como eles. O pessoal ouve música no celular, no mp3, no streaming, no aplicativo, e a gente está produzindo música pensando nesse formato de hoje em dia, antes fazíamos música pensando só no Cd, na fita demo, hoje em dia não, os processos de gravação são parecidos, mas a gente pensa pra onde vai sair, pra onde vai lançar, se vai ser download gratuito, vai ser só Cd, Cd e Dvd. Lógico que não é só a banda, tem um pessoal por trás que trabalha, o pessoal da gravadora, empresário, todo mundo já pensa e ajuda a gente, mas é uma realidade nova.”

Recentemente, a banda lançou o single “Entre o Céu e o Inferno”. Vocês já têm algum material novo para liberar? Podem nos nos adiantar alguma novidade?

“Esse single, na verdade, a gente gravou só ele pra colocar numa coletânea de 20 anos que a gravadora queria lançar esse ano, por causa do aniversário, só que ele era meio que uma música que a gente ia jogar pro ano que vem, num disco novo, músicas inéditas, e a gente tirou ele e jogou na coletânea pra ter esse chamativo a mais e ano que vem faremos outro disco com 10-15 músicas novas e essa seria a novidade.”

Vocês acabaram de completar 20 anos de carreira e podem considerar-se sobreviventes dessa geração. Como tem sido essa fase comemorativa?

“Eu, particularmente, vivo um dia atrás do outro, um show após o outro, não sou tão encanado com essa história de aniversário, de marcas e tal, mas com certeza quando você para pra pensar no Brasil, punk rock, rápido, pesado e sobrevivendo como banda grande (rádio e Tv) são poucas. Tem pouco espaço pro rock. Acredito que a gente seja privilegiado, não atoa porque houve todo um esforço, mérito, mas é uma posição muito legal poder viver de música no Brasil com rock, 20 anos não é pouco. Profissionalmente são só 14, mas conta os 6 anos anteriores também, teve muita ralação. É muito bom, eu agradeço a Deus todos os dias. Vou subir no palco felizão porque estamos ficando mais velhos, todo mundo passando dos 30 e 40 e tocando ai rock, é muito legal, um sonho sendo realizado.”

E nesses 20 anos, tem algum momento muito marcante e que vocês gostariam de reviver?

“Teve vários. Hoje é um deles. Em 2008 ganhamos um grammy latino, que foi uma facada, teve 3 anos seguidos que fui eleito baterista dos sonhos da Mtv, então pra mim foi muito gratificante também, acho que esses momentos deixam a vida mais completa.”

 

O Japinha do @cpm22oficial deu uma entrevista bem bacana pro Tracklist, confere lá: tracklist.com.br

Um vídeo publicado por Tracklist (@portaltracklist) em

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