Um dos destaques do indie rock brasileiro, a banda Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo tem tudo para cair ainda mais no gosto do público em 2025. E, entre os planos para este ano, está um show no Lollapalooza Brasil 2025!
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O grupo tem apresentação marcada para o dia 29 de março (sábado), no Palco Mike’s Ice. E, de acordo com os próprios artistas, o setlist deve fluir entre as faixas de seus dois álbuns de estúdio: “Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo”, de 2021; e “Música do Esquecimento”, de 2023.
Formada por Sophia Chablau (vocais e guitarra), Téo Serson (baixo), Theo Ceccato (bateria) e Vicente Tassara (guitarra), a banda está em atividade desde 2019 – e tem, desde então, marcado cada vez mais o seu espaço no cenário musical brasileiro.
Em entrevista recente ao Tracklist, os integrantes Sophia Chablau, Téo Serson e Theo Ceccato falaram sobre o momento atual do grupo, alguns detalhes do show do Lollapalooza 2025 e mais. Confira abaixo!
Entrevista: Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo
Estamos começando nossa maratona de preparação para o Lollapalooza. Então, para começar, queria perguntar para vocês sobre o festival. Como estão os preparativos para o show?
Sophia: “Estamos muito animados. O primeiro show do ano em São Paulo vai ser no Lollapalooza, então estamos bem animados para fazer. Acho que a gente tem um show muito pronto e muito sólido, porque também já fizemos outros festivais maiores, né. Fizemos o Primavera Sound, tocamos em dois festivais muito legais no Nordeste. Então a gente está pensando em ir por esse caminho dos shows que a gente já fez”.
“Mas, cara, a gente tem um negócio – a gente é muito do ao vivo. Acho que, na hora, a gente sempre cresce para a loucura, para o experimental. Porque é a questão da energia do momento”.
Vocês comentaram sobre terem participado de outros grandes festivais. Então, o que vocês pegaram de experiência desses grandes eventos que irão trazer para o palco no dia do Lollapalooza?
Ceccato: “Cara, eu acho que uma coisa importante é que, como nos festivais o tempo é muito menor, o lance é deixar uma porradinha. Eu acho que é aí que vem a expertise de tocar em festival, para você realmente conseguir ganhar tempo com as músicas que você vai escolher para fazer o set; o jeito que você vai passar de música em música, e como você vai conseguir manter aquela energia em um tempo curto. E, também, como você vai conseguir fazer uma certa variação, uma certa ondulação de energia, e cobrir as músicas que você precisa tocar”.
“Então eu acho que esse é um dos maiores aprendizados, uma das coisas mais difíceis. Toda vez que a gente toca em festival, a gente sempre fica tipo: ‘Será que esse set foi legal? Será que não foi? O que será que tinha que ter mudado na ordem? Acho que, no fundo, é uma coisa muito mais técnica mesmo, de ordem e de organização”.
“Porque na hora do show é isso, é loucura, né? Não tem o que fazer. Mas é isso, a pré-organização do que você vai querer transmitir. E tem a ver com o horário que você vai tocar, tem a ver com o palco que você vai tocar, tem a ver com a vibe da galera, um monte de coisa”.
Sophia: “E acho que é isso que a gente foi aprendendo para caramba. Porque a gente estava sempre tocando em festivais, às vezes no horário mais cedo. Mas em Recife, por exemplo, a gente tocou em um horário bem mais tarde, no Coquetel Molotov. E isso muda totalmente a vibe do show. E é também pensar em como aproveitar a oportunidade do Lollapalooza para que as pessoas gostem do som; saber como chegar em lugares que, às vezes, as pessoas não conhecem. É ir ganhando as pessoas aos poucos para a maluquice. Então às vezes é não chegar tão com o pé na porta, porque as pessoas vão embora. É importante ir nesse caminho. Inclusive, pessoal, precisamos pensar mais nisso”.
Reunião ao vivo!
Sophia: “Isso, inclusive, se você nos der um minutinho [risos]”.
Então é uma questão de equilíbrio, mesmo. Porque não é apenas o público de vocês, tem também o público novo que está chegando.. mas, na prática, eu queria saber o que vocês estão planejando em termos de setlist, de estrutura…
Sophia: “Cara, vamos tocar as músicas que mais acho que pegam a moçada. Assim, eu falo por mim, mas eu também falo pela banda totalmente – acho que a gente quer que a galera saia do show alegre. Que vejam o show e falem: ‘Pô, amei esse show’, sabe? Então a gente pensa em como vamos conseguir gerar essa sensação. Até porque, assim, tem coisas que me deixam alegre mas que infelizmente a gente não vai poder tocar. Tipo, sei lá, o hino do Náutico. Não vamos poder tocar o hino do Náutico, né? Infelizmente [risos]. Mas a gente pode tocar outras coisas”!
“Então vamos pensar em um caminho de pegar as músicas menos lentas e tal. Vamos pegar umas músicas que a gente tem, tipo ‘Segredo’, ‘Delícia/Luxúria’, ‘Idas e Vindas do Amor’, que tem que tocar. E pegar bastante coisa do nosso segundo disco, principalmente, porque a gente está trabalhando com ele. A gente vai tocar bastante do segundo disco. E algumas do primeiro, com certeza. Talvez uma citação aqui ou ali de músicas um pouquinho mais lentas, uma ‘Fora do Meu Quarto’, ‘Se Você’“.
Serson: Mas a ideia é pegar no fundo toda a metade mais lenta, experimental e densa – e não é o que a gente vai tocar. A metade que é mais agitada, intensa, eufórica, é o que a gente vai tocar. E alegre também!
Bom, vocês falaram sobre misturar os álbuns – mas vocês têm algum projeto vindo por aí? Não necessariamente só da banda, mas algum projeto paralelo, também.
Ceccato: “A Sophia tem um novo EP com o Felipe Vaqueiro, do Tangolo Mangos, lá de Salvador, que está muito incrível. Ah, a banda Pelados – onde eu e Vicente tocamos – vai lançar disco novo. E a gente já está começando a cozinhar… não sei o que”.
Sophia: “Nosso próximo disco! Mas, assim, a gente está falando como uma coisa lenta, de como, sei lá… quando Deus fez o mundo. No primeiro dia ele já está falando: ‘Vou descansar’. Então, é uma coisa meio assim – vai demorar, estamos no primeiro dia e vai ser no sexto”.
Ceccato: “Primeiro é o Carnaval, em março; depois do Carnaval a gente começa a falar”.
Sophia: “É, Carnaval vai ser outra coisa. Então assim, então vamos colocar aí… 2027. É uma boa meta”.
E, voltando para o festival, tem algum show que vocês queiram muito assistir? .
Ceccato: “Eu quero ver o Caribou, na sexta, e o Fontaines D.C.”.
Sophia: “Cara, acho que eu vou todos os dias. Normalmente, chego sempre cedo e vou para conhecer as coisas, sabe? Então estou animada. Estou animada para ver Sofia Freire, também! A gente a conheceu em Recife, e eu queria muito ver o show dela também. E eu quero ver o Justin Timberlake, gente, desculpa! The Marias, também estou animada para ver como é o show ao vivo. E Olivia Rodrigo, por que não? Eu gosto de ir lá para ficar sacando, assim. Penso: ‘Caraca, está rolando um som massa aqui, vou descobrir o que é ‘. E provavelmente vou seguir as dicas do Theo Ceccato, que sempre são excelentes. E Fontaines queria ver também, e JPEGMafia“.
Em um campo mais amplo, o que vem a seguir para a banda?
Ceccato: “Muito show, muita festa”!
Serson: “E o processo criativo, né. Acho que é um pouco isso. Vai ser alguma coisa, e a gente está parando para entender isso – o disco. A gente está muito no começo ainda. Então é algo que, no fundo, está muito numa tentativa de tentar – não é nem uma tentativa em si. Então, desde as coisas mais básicas, tipo, sei lá, a gente vai se encontrar toda semana para pensar nisso, fazer umas imersões; saber o lado que a gente vai. Enfim, está tudo em aberto. Temos que decidir”.
Sophia: “Ah, queremos ir para o Norte; e queremos ir para a América Latina. Essas são duas coisas que a gente quer construir esse ano. Talvez isso aconteça, talvez não. Mas são as vontades mais do coração, agora”.
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